Fenda de largura regulável montada num suporte que permite regular a sua altura



56,8 x 12,5 x 37
Madeira esculpida e embutida, ferro e latão

 INDEX 1788: T.IV.303

Basis lignea cum duabus parastatis, in quarum Nenis positum est parallelogrammum ligneum, duabus laminis ferreis munitum, quod attolli, et deprimi potest ope duorum Cylindrorum plumbo repletorum, qui super trochleas moventur, laminae vero adduci, et abduci possunt a lateribus parallelogrammi; ut radiorum inflexio supra acies lamellarum, et separatio in colores sepectetur. Differt haec ab illa Machina, quam dedit s´Gravessandius 2728. Tab. LXXXVI. Fig. 2. 3., eosdem tamer effectus producit.

Base de madeira com duas colunas nas ranhuras das quais está colocado um paralelograma de madeira munido de duas lâminas de ferro, que pode ser levantado e rebaixado com o auxílio de dois cilindros cheios de chumbo que se movem sobre roldanas; elas podem ser aproximadas e afastadas dos lados do paralelogramo; para se observar a inflexão dos raios sobre os bordos das lamelas e a separação em cores. Esta máquina difere daquela que é dada por 's Gravesande, 2728. Tab. LXXXVI. Fig. 2. 3, contudo, produz os mesmos efeitos. 

Este instrumento, destinado ao estudo da óptica, é constituído por duas lâminas metálicas montadas num caixilho de madeira de modo a poderem formar uma fenda de largura regulável, para colimação de feixes luminosos. As lâminas podem deslizar ao longo de calhas existentes no caixilho. Este pode mover-se verticalmente entre duas colunas montadas sobre uma base de madeira. As colunas e o sistema de suspensão do caixilho são idênticos aos dos aparelhos com prismas (instrumentos 91 e 92).

As experiências realizadas com este tipo de fendas contribuíram para a compreensão da natureza da luz. Desde Newton e Huyghens que se mantinha viva a divergência de opiniões quanto a esta questão. Por um lado, Newton defendia um modelo corpuscular, segundo o qual a propagação da luz no espaço era explicada pela existência de pequenos corpúsculos emitidos pelos corpos luminosos. Por outro lado, Huyghens desenvolveu o modelo ondulatório, segundo o qual a luz não seria mais do que ondas que se propagam no espaço. Esta disputa apenas viria a ser decidida através da realização de experiências, uma das quais foi particularmente importante. Ela consistiu em fazer incidir sobre uma fenda estreita um feixe de luz monocromática e observar num alvo quais as características do feixe de luz emergente. Se apenas se obtivesse uma zona iluminada, no alinhamento do feixe incidente, a experiência daria crédito ao modelo de Newton. No entanto, observava-se no alvo uma distribuição de franjas iluminadas, alternando com zonas escuras. Este resultado apenas podia ser interpretado com base no modelo ondulatório, favorecendo assim a hipótese de Huyghens.

A tabela LXXXVI dos Physices Elementa de 's Gravesande ilustra de forma magnífica as condições de realização desta experiência. O modelo de fenda e do sistema de regulação da sua abertura parecem mais perfeitos, do ponto de vista experimental, do que o sistema do Gabinete de Física de Coimbra, embora este se apresente magnificamente ornamentado no seu conjunto.

Este aparelho é proveniente do Colégio dos Nobres, onde tinha o número de catálogo 293.

's Gravesande, Willem Jacob, Physices Elementa, Leiden, 1742, Tomo II, § 2728, Tab. LXXXVI, Figs. 3,6 e 7.


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