Baroscópio



27 x 8.5 x 18.5
Latão, cobre e chumbo

 CAT. 1824 : H.II.78

Um apparelho, pelo qual se mostra, que os corpos do mesmo pezo, mas de differente volume, no ar, pezão dezigualmente no vacuo boyleano, porque no ar perdem partes deziguais do seu pezo. Está cuberto com um recipiente de vidro, e tem ao pé uma caxa de madeira, onde se pode pôr o apparelho para se transportar. ¬ É um manómetro ¬ Quebroce o recipiente na ispiriencia de 13 de Fevereiro de 1836.

Este baroscópio, ou "manómetro", como se lhe refere o Catálogo de 1824, era utilizado para demonstrar que dois corpos que aparentam ter o mesmo peso no ar, de facto não o têm. Os dois corpos suspensos nos braços da balança têm volumes diferentes. Um deles é constituído por uma esfera oca de latão, enquanto o outro corpo é maciço, feito de chumbo e com a forma de uma pêra. Se a balança for colocado sob uma campânula de vidro, da qual se extrai o ar com uma bomba pneumática, desequilibra-se, mostrando que a esfera oca é mais pesada que o pequeno corpo de chumbo.

Com esta experiência podia o professor ilustrar a importância da impulsão do ar sobre a esfera de latão, a qual é mais intensa do que a impulsão experimentada pelo pequeno corpo suspenso no outro braço da balança. A experiência parece sugerir que a esfera de latão se tornou "mais pesada" no vazio. No entanto, o que de facto acontece é que a diferença real do peso dos dois corpos é compensada pela diferença de impulsão exercida pelo ar sobre ambos. Esta diferença de impulsão é devida ao facto de os corpos possuírem volumes diferentes e se encontrarem envolvidos por um fluido homogéneo.

Este baroscópio foi feito em Lisboa pelo construtor J. B. Haas, no início do século XIX. A campânula original que acompanhava o conjunto partiu-se na aula de Física do dia 13 de Fevereiro de 1836, facto posteriormente acrescentado no Catálogo de 1824. Continuou a fazer-se uso deste aparelho utilizando uma outra câmpanula do conjunto pertencente às diferentes máquinas pneumáticas do Gabinete de Física.

Sigaud De La Fond, Joseph-Aignan, Description et Usage d'un Cabinet de Physique Expérimental, Paris, 1775, Tomo I, Pl. XXI, Fig. 8.
Musschenbroek, Peter van, Essai de Physique, Leiden, 1739, Tomo II, Pl. IV, Fig. 34.


Anterior                 Índice                 Seguinte