Sineta de bronze



40 x 26 x 46,5
Madeira e bronze

INDEX 1788 : S.VII.507

Campana aena suspensa inter duas parastatas ligneas, quae percussa evadit ovata, uti ex impactu in cochleam eminentem patet.

Sineta de bronze suspensa entre duas colunas de madeira, que quando percutida se torna oval, como é evidente no parafuso saliente por causa do impacte.

Destinava-se este aparelho a provar que os corpos se deformam quando vibram. O material consta de um sino de bronze (campânula e badalo), fixo numa trave horizontal de madeira, sustentada por duas colunas verticais erguidas numa prancha rectangular que faz de base. O correspondente material descrito por Desaguliers, a quem dalla Bella recorre, não era propriamente um sino, mas somente uma campânula, e de vidro, disposta analogamente à que se encontra no Museu.

Percutindo a campânula esta entraria em vibração e, em consequência disso, a sua boca circular tomaria a forma elíptica, embora à vista nada se percebesse. Para pôr em evidência essa deformação havia no material de Desaguliers um parafuso que atravessava uma das colunas do suporte, lateralmente, cuja ponta se podia aproximar mais ou menos do vidro da campânula, exactamente na periferia da sua boca. Com a campânula em repouso haveria um pequeno intervalo entre a ponta do parafuso e o vidro. Percutindo-a, a deformação da boca faria o vidro tocar naquela ponta, o que se reconheceria naturalmente ou por se ver desaparecer esse intervalo ou pela mudança que o ouvido notaria no som.

No exemplar do Gabinete de Física não se vê lugar para esse parafuso mas nota-se, na face interior de ambas as colunas de suporte, o sinal de qualquer coisa que aí existiu. Talvez fossem espigões fixos, de comprimento conveniente, em vez de parafusos reguláveis.

Esta peça provém do Colégio dos Nobres, onde tinha o número de inventário 494.

Carvalho, Rómulo de, História do Gabinete de Física da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1978, p. 619.
Desaguliers, Jean-Théophile, A Course of Experimental Philosophy, Londres, 1734, Tomo II, p. 9, Pl. I, Fig. 10.


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