Vaso de cobre para aquecimento de água



28 x 54 x 26,5
Cobre, ferro, madeira e latão

INDEX 1788 : O.I.257

Vas Cupreum epistomio instructum, et ita elaboratum, ut subtus posito ferro candente, quod non apparet, pro lubitu ferveat aqua, ad ostendendum aquam ignem recipere usque ad ebullitionem, et ebulliendo mayorerem non recipere calorem. Aliis praeterea usibus inservire potest in experimentis.

Vaso de cobre munido de uma torneira e concebido de forma que, colocado por baixo um ferro em brasa, que não se vê, a água ferva à vontade, para mostrar que a água recebe o calor até à ebulição e, estando em ebulição, não recebe mais quantidade de calor. Além disso, pode aplicar-se a outras práticas nas experiências.

Consiste esta magnífica peça num vaso de cobre onde se aquece água e que serve para mostrar que a temperatura do líquido estaciona ao atingir o ponto de ebulição.

A figura junta representa, em corte esquemático, o interior do vaso de cobre. O vaso propriamente dito (V) é coberto por uma tampa (T) e tem, perto da base, uma torneira para despejar o líquido. O fundo do vaso eleva-se interiormente formando uma campânula que se continua em tubo vertical ao longo de toda a sua altura. Este tubo é tapado, no cimo, com uma pequena esfera (e) munida de duas lâminas de ferro, curvas, que se firmam contra as paredes do tubo pela sua própria elasticidade. O vaso assenta numa base (B), trabalhada, de quatro pés. Sobre a plataforma superior desta base, e aproveitando o espaço interior da campânula que o fundo do vaso forma, existe um recipiente cilíndrico (C), fixo por um parafuso inferior, com vários orifícios na parede e no fundo, como uma espécie de fornalha. Há ainda um bloco, bastante pesado, de ferro, que entra no anterior recipiente cilíndrico e se ajusta nele muito bem. O bloco de ferro apresenta um canal que o atravessa interiormente, de uma base à outra, e que talvez servisse para o segurar e o transportar, quando estivesse ao rubro, enfiando-lhe, por aí, uma baste de ferro.

A experiência a realizar com este dispositivo consistia em aquecer ao rubro o bloco de ferro, naturalmente num forno, e em introduzi-lo no cilindro C. Sobre ele assentava-se então o vaso V, com alguma água. Sujeita assim à acção do calor irradiado pelo ferro, a água aquecia até ferver, mantendo-se em ebulição durante longo tempo. Naturalmente seria necessário levantar a tampa (T) de vez em quando para aliviar a tensão do vapor da água, ou ela sairia por si mesma.


Esquema do vaso de cobre para aquecimento de água.

No texto do Index de 1788 diz dalla Bella que a máquina servia "para mostrar que a água recebe o fogo até ao ponto de ebulição e que, quando ferve, já não recebe mais calor".

Este material provém do Colégio dos Nobres, onde tinha o número de inventário 247.

Carvalho, Rómulo de,História do Gabinete de Física da Universidade de Coimbra,Coimbra, 1978, pp. 421-422.


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