No interior da caixa existe um mecanismo de corda activado por meio de uma chave, incompleto, e que fazia mover o braço do centauro através de um sistema de transmissão que se prolonga pelo interior da sua perna esquerda dianteira. No mecanismo instalado no interior da caixa existiriam três rodas, sobre as quais o conjunto assentava no chão. Uma das rodas deveria encontrar-se numa posição sensivelmente abaixo da perna esquerda do centauro. Por baixo da perna direita nota-se a ausência de uma outra roda que seria idêntica à anterior. Na parte posterior da caixa existiria uma terceira roda, menor que as rodas dianteiras, articulada em torno de um eixo vertical. Esta disposição das rodas permitia ao centauro deslocar-se, mudando de direcção graças à articulação da roda posterior.

Segundo refere Rómulo de Carvalho, na sua obra intitulada História do Gabinete de Física da Universidade de Coimbra, o centauro possuía a seguinte inscrição: GEORGIUS ADAMS, Apud Insigm. Capite Thychonis Braheii in Vico Vulgo Dicto Fleet Street. LONDINI FECIT. Actualmente não aparece sobre a caixa a referida inscrição, sendo de supor que esta poderia figurar numa tampa que cobrisse a parte inferior da caixa, com a finalidade de proteger o mecanismo interior. De facto, pode obser-var-se um conjunto de orifícios na periferia da caixa onde entrariam os parafusos de fixação da tampa. Provavelmente, esta teria sido retirada para se efectuar alguma reparação no mecanismo, não tendo sido recolocada.