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5,5 (diâmetro dos crivos)
10 (altura da trempe) 21 (altura dos anjos)
Bronze dourado, ouro e ferro
INDEX 1788 : A.III.16
Paterae binae, altera ex auro, altera ex ferro multis, et aequalibus pertusae foraminibus Tripodi ferreo impositae, quibus cernitur per poros corporum amplos non transire aliquando materiae particulas multo subtiliores.
Dois pratos, um de ouro, outro de ferro, perfurados por muitos orifícios iguais, colocados num tripé de ferro; por meio deles se vê que pelos largos poros dos corpos não passam partículas de matéria, por vezes mesmo as mais ténues.
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Trata-se de dois crivos
das mãos de duas figuras femininas aladas, de bronze dourado, que eram
destinados ao estudo da porosidade.
A experiência a realizar consistia em despejar em cada um dos crivos um
pouco de mercúrio. Após esta operação, observava-se
que este líquido não passava através dos orifícios
de cada um dos crivos, devido à considerável tensão
superficial. No crivo de ouro, embora o mercúrio não passasse
através dos seus orifícios, podia, no entanto, verificar-se que
ele se infiltrava no próprio metal passando através dele. Esta
experiência tinha por finalidade pôr em evidência a
existência de poros no ouro, através dos quais o mercúrio
podia fluir. Por outro lado, a experiência demonstraria ainda que a
passagem das partículas do mercúrio através dos poros
não depende exclusivamente das dimensões destes, mas
também da natureza do material através do qual fluía.
Para além das figuras aladas e dos crivos, faz parte do conjunto uma
trempe de ferro, que tem duas bocas circulares, uma em cima e outra a meia
altura. A qualquer delas se ajustam perfeitamente os crivos.
Segundo o Professor Mário Silva, as figuras aladas haviam sido
depositadas no Museu Machado de Castro, em Coimbra, no tempo de António
Augusto Gonçalves, pelo Professor Teixeira Bastos. Durante o seu
trabalho de recuperação do Gabinete de Física, o Professor
Mário Silva conseguiu reavê-las para junto da
colecção de instrumentos de Física, à qual desde
sempre haviam pertencido. Segundo afirma ainda, "Os crivos e a trempe
encontravam-se no Laboratório de Física: o crivo de ouro bem
guardado, mas o de ferro e a trempe, só por acaso não se
perderam -- enegrecidos por uma oxidação de muitos
anos, perdidos no fundo dum armário, estavam de mistura com sucata sem
valor".
No Colégio dos Nobres este conjunto estava identificado com o
número de catálogo 16.
Silva, Mário da,"Um Novo Museu em Coimbra: O Museu Pombalino da
Faculdade de Ciências da Universidade", Revista da Faculdade de
Ciências da Universidade de Coimbra, nº I, Vol. VIII,pp. 129-154.
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