Garrafa de Leiden



36,8 x 10,4
Vidro, folha de ouro, folha de estanho e latão

CAT. 1851 : 40.J.I.

Dez garrafas de Leyde de diversas dimensoens sendo uma muito maior que as outras. - Vaõ em J. I.

As garrafas de Leiden são condensadores eléctricos formados por um vaso de vidro revestido exteriormente por uma folha de estanho que o envolve completamente, desde a base do vaso até cerca de 4/5 da sua altura.

No interior do vaso são colocadas folhas de ouro que quase o enchem, deixando escondida uma haste metálica que atravessa uma rolha de cortiça. A folha de estanho é a armadura externa do condensador, constituindo as folhas de ouro a armadura interna.

Foi sob esta forma de garrafa que foi descoberto o condensador eléctrico em 1746. Counes, aluno de Musschenbroek, ao repetir experiências realizadas pelo seu professor com o propósito de electrizar água colocada no interior de um recipiente de vidro que segurava na mão, sentiu uma valente comoção ao retirar um fio de ferro cuja extremidade se encontrava mergulhada na água. Obtivera-se assim um condensador, constituindo a água a armadura interna, e a mão que segurava o vaso a armadura externa. Este curioso episódio foi revelado por Musschenbroek a Réaumur, tendo dele tomado conhecimento 's Gravesande, Winkler e Nollet, o que deu origem a uma série de pesquisas.

Se a armadura interna da garrafa de Leiden for ligada electricamente ao condutor metálico duma máquina electrostática, com a armadura externa ligada à terra, é possível obter uma violenta descarga eléctrica se aproximarmos um arco articulado de latão, com pegas isoladoras de vidro, de forma a que uma das suas extremidades toque na armadura externa, enquanto a outra é aproximada da esfera do condensador que comunica com a armadura interna. Esta descarga é devida à distribuição de cargas de sinais contrários entre as armaduras interna e externa do condensador.

As garrafas de Leiden assumiram um papel de destaque no desenvolvimento dos métodos experimentais da Física no século XIX.

Sigaud de la Fond, Joseph-Aignan, Description et Usage d'un Cabinet de Physique Expérimentale, Paris, 1775, Tomo II, Pl. XXIV.
Daguin, Pierre-Adolphe, Traité Élémentaire de Physique, 3.ª Edição Paris, 1867, Tomo III, Livro V, n.º 1344.
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