290 x 135 x 200
Vidro, latão, feltro e madeira

Este modelo de máquina electrostática apresenta alguns pormenores de evolução relativamente às primeiras máquinas construídas por Le Roy no século XVIII. A máquina é constituída por dois discos de vidro com um metro de diâmetro que rodam solidariamente em torno de um eixo horizontal comum, graças a duas manivelas colocadas nos extremos do referido eixo.

Cada um dos discos é friccionado por um par de almofadas de feltro localizadas de cada um dos lados. Estas almofadas estão em contacto com uma esfera de latão, com 14 cm de diâmetro, a qual fica electrizada negativamente durante a fricção. A esfera está montada sobre uma coluna cilíndrica de vidro, que a mantém electricamente isolada.

Diametralmente opostos às almofadas encontram-se quatro anéis de madeira, de 25 cm de diâmetro, que se dispõem de cada um dos lados dos discos de vidro. Estes anéis possuem 17 espigões pontiagudos, distribuídos sobre dois arcos de circunferência concêntricos. É através destes colectores que se faz a recolha da carga eléctrica do disco, a qual é transferida para uma esfera de latão, de 40 cm de diâmetro, através de um condutor, também de latão. Esta esfera sustenta duas outras esferas mais pequenas, uma delas com 14 cm de diâmetro e a outra 3,5 cm.

As pontas metálicas, distribuídas nos quatro anéis de madeira acima referidos, electrizam-se por influência, apresentando uma elevada densidade de carga negativa. Como resultado da distribuição da carga positiva no vidro e negativa nas pontas, dá-se uma descarga eléctrica entre ambos, que pode ser visível numa sala escurecida. Resulta, desta descarga eléctrica, uma acumulação de carga positiva nas esferas que se encontram ligadas à base metálica dos anéis colectores.

Esta máquina, embora adquirida pelo Gabinete de Física no ano de 1873, constitui um excelente exemplar do modelo de máquina electrostática que, um século antes, havia sido concebida por Le Roy.