Máquina eléctrica de Nairne



53,8 x 24,5 x 63
Vidro, folha de estanho e madeira

INDEX 1790 : Q.IV.571

Machina Electrica Negativa e Positiva, quae Electro-Medica quoque nuncupatur,cum omni necessario apparatu, quo morbis diversis Electricitas applicatur.

Uma máquina eléctrica negativa e positiva, que é também chamada electromecânica, com todos os apetrechos necessários para que a electrici-dade seja aplicada às diversas doenças.

Trata-se de mais uma máquina electrostática fabricada pelo inglês Edward Nairne. A máquina é constituída por um cilindro de vidro construído segundo um modelo registado por aquele fabricante. O cilindro é oco e gira, por meio duma manivela, em torno de um eixo horizontal. Nos extremos do cilindro existem duas peças de madeira que se apoiam em duas colunas verticais de vidro, tendo cada uma delas uma chumaceira de madeira, para fixação do eixo de rotação do cilindro.

O conjunto assenta sobre um estrado de madeira no qual pode ler-se a seguinte inscrição: NAIRNE'S PATENT MEDICO-ELECTRICAL MACHINE. Este modelo de máquina foi concebido por Nairne em 1772, ou seja, no mesmo ano da fundação do Gabinete de Física. Destinava-se inicialmente a tratamentos médicos. Com efeito pensava-se que era possível curar certas doenças por meio da aplicação de choques eléctricos.

No livro das receitas e despesas do Arquivo da Universidade encontra-se, com a data de 23 de Dezembro de 1782, uma nota de aquisição que, provavelmente, se refere a esta máquina. Diz o seguinte a referida nota:

"E cento trinta outo mil trezentos outenta reis .................................... 138$380

Que pagou ao Dr. João Antonio dallabella Lente de Phyzica Experimental nesta Un.de. pelo custo de trinta sete guinés de duas machinas que para o Gabinete de Phyzica da mesma Un.de. manda vir de Londres, a saber, Nova maquina de Dynamica inventada por Mr. G. Atwood que custa seis guinés, e outra Maquina nova electrica inventada por Mr. Nairne que produz quantidade prodigioza de fogo e custa onze guinés."

Estes dois instrumentos fazem parte dum conjunto, enviado de Londres por João Jacinto de Magalhães, os quais eram destinados ao Teatro Anatómico, à Faculdade de Medicina, ao Gabinete de Física Experimental e ao Observatório Astronómico da Universidade.

Carvalho, Rómulo de, História do Gabinete de Física da Universidade de Coimbra, Coimbra, 1978, pp. 103 e 678.


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