Máquina eléctrica de vidro


58,3 x 24,5 x 63
Cristal, aço, latão, madeira esculpida,couro e chifre

INDEX 1788 : Q.IV.532

Machina Electrica ex Recentissimo Anglorum (nisi fallor) invento, in qua planum Crystallinum orbiculare locum tenet Cylindri vel globi vitrei. Planum hoc movetur inter quatuor pulvillos a duabus parastatis ligneis sustentatos, qui ejusdem plani circunferentiae respondent. Peculiarem habet conductorem ex Orichalco, qui insistit pyramidi Crystallinae.

Máquina eléctrica a partir de um recentíssimo invento dos ingleses (se não me engano) na qual um plano de cristal orbicular ocupa o lugar de um cilindro ou de um globo de vidro. Este plano é movido entre quatro almofadas sustentadas por duas colunas de madeira que correspondem à circunferência do mesmo plano. Tem um singular condutor de latão que se apoia a uma pirâmide de cristal.

Trata-se de uma das primeiras máquinas electrostáticas de disco de vidro. O disco está fixado, na sua zona central, a dois discos pequenos de latão apertados um contra o outro por meio de parafusos. Numa das extremidades do eixo horizontal da máquina existe uma manivela que serve para pôr o disco de vidro em rotação. Durante o movimento, o disco é friccionado contra quatro almofadas de couro instaladas em duas colunas verticais de madeira por onde passa também o eixo de rotação da máquina. As almofadas estão diametralmente opostas, de um e do outro lado do disco. A compressão de cada almofada contra o vidro é regulada por dois parafusos, que actuam sobre a sua parte posterior.

Desta máquina faz parte um condutor de latão, apresentando três ramificações cilíndricas, em forma de Y horizontal. Esta peça assenta sobre um suporte de vidro que serve de isolador eléctrico. Duas das extremidades do Y apresentam três pontas aguçadas, cada uma destinada à electrização por influência quando o vidro é friccionado contra as almofadas. Estas pontas devem estar colocadas
a poucos milímetros do disco. Nestas condições, logo que o disco seja accionado, obtém-se uma distribuição de cargas de sinal contrário à do vidro nos tubos do condutor que se encontram próximos deste, enquanto o terceiro tubo ficará com uma distribuição de carga do mesmo sinal.

Esta máquina é proveniente do Colégio dos Nobres,onde tinha o número de inventário 516.

Sigaud de La Fond, Joseph-Aignan, Description et Usage d'un Cabinet de Physique Expérimentale, Paris, 1775, Tomo II, Pl.XX.


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