Máquina eléctrica de Nairne


44 x 19,4 x 27
Vidro, latão, ferro, madeira e camurça

 INDEX 1788 : Q.III.IV.529

Machina Electrica superiori similis, cujus tamen globus vitreus est magis electricus. 

Máquina eléctrica semelhante à anterior cujo globo de vidro, contudo, é mais eléctrico. 

O Gabinete de Física de Coimbra possuía três máquinas electrostáticas de globo de vidro, iguais, de Edward Nairne. Actualmente restam apenas duas, esta e outra exactamente igual, com a diferença, segundo o Index, de o vidro do globo ser menos electrizável. Em qualquer delas o globo de vidro roda em torno do seu eixo vertical, accionado por uma manivela enfiada numa caixa metálica. Esta caixa apresenta uma aba inferior, que permite fixá-la ao tampo de uma mesa. A electrização do globo era obtida por fricção do vidro numa almofada de camurça. Em qualquer dos exemplares existentes em Coimbra encontra-se a inscrição identificativa do construtor: EDWD. NAIRNE Fronting the Royal Exchange LONDON.

A máquina possui uma armação em forma de estribo, com dois pequenos ganchos. Este estribo servia para adaptar o colector de cargas. Este sistema de colector já era utilizado por Peter van Musschenbroek num dos modelos de máquinas eléctricas apresentados na sua obra Introductio ad Philosophiam Naturalem.

O Gabinete de Física de Coimbra também possuía uma máquina eléctrica, que teria sido adquirida após a sua fundação, e cujo modelo correspondia ao da máquina de Musschenbroek. Desta máquina, podemos ler no Index Instrumentorum a seguinte referência: "Machina Electrica prestantissima, in qua globus vitreus circa axes celerime circumvetitur ope rotae dentatae a triplici cochlea in Orbem acta, et vecte cum manubrio instructa. Machina imponitur stylobatae ligneo affabre elaborato, quo cum firmatur cochlea. Convenit eadem Machina cum ea, quae describitur a Musschembroeckio in sua Introduct. cit. Tom. I, 848 Tab. XXII, Fig. I". "Uma excelente máquina eléctrica, na qual um globo de vidro roda muito rapidamente em torno do seu eixo com ajuda de uma roda dentada; esta é posta em movimento circular por meio de um parafuso triplo e munida de uma alavanca com uma manivela. A máquina está instalada sobre uma coluna de madeira artisticamente trabalhada à qual está fixada por um parafuso. Esta máquina condiz com a que é descrita por Musschenbroek na sua Introdução citada Tom. I, 848 Tab. XXII, Fig. I". Infelizmente esta máquina não chegou aos nossos dias.

Relativamente às três máquinas electrostáticas de Nairne, as duas que existem são provenientes do Colégio dos Nobres, onde possuíam os números de catálogo 514 e 513, respectivamente.

Musschenbroek, Peter van, Introductio ad Philosophiam Naturalem, Leiden, 1762, Tomo I, § 848, Tab. XXII, Fig. 1.


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